Subversão Analítica

Subvertendo as opniões e discutindo de forma honesta e crítica!

Com o pensamento voltado para o desejo, o desejo do Outro (grande outro), para diferenciá-lo do outro (pequeno), o objeto percebido e intencionado. Neste momento conceitual, a enunciação que aparece na relação de fala, comanda e produz os efeitos inconscientes, os tropeços na relação da linguagem. Há aí o pressuposto de que esse Outro, como lugar dos significantes, possa dar uma resposta à investigação analítica. A Psicanálise estaria propondo uma investigação do sentido da linguagem inconsciente. Seria a recuperação da verdade subjetiva, anteriormente investigada pela introspecção, agora, produzida pelo método da Associação Livre e com o manejo da Transferência.

*Jacques Lacan. Linguagem. Desejo e Gozo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Troque um aperto de mão por um abraço, você consegue?

Eu não gosto de frio, não gosto de morno, eu gosto mesmo é de calor. “Moro em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Eu quero quentura, em todos os sentidos da palavra, não somente na questão climática, mas quero um calor nos atos e atitudes das pessoas, já estou ficando cansado de frieza.

Todas as relações humanas parecem tender para a frieza, ninguém mais sorri de verdade, intensamente, sempre estão se escondendo atrás de uma cortina. Sentir, parece ser uma complicada ação, eu sinto tanto por isso.
Falar em amor, já vem na cabeça “sexo”, mas e o amor entre as pessoas, o amor em viver - e não em sobreviver - o amor próprio, porque querer ter para ser não é amor próprio, é amor ao vago sentimento narcisista. Nos damos importância demais.

Se entregue à algum sentimento, a intensidade não é algo com a qual convivemos, em muitos momentos não temos nem tempo de sermos intensos. Milhões de situações acontecem ao mesmo tempo, se ouve outras milhares de coisas sem sentido e de forma tão superficial que nem conseguimos refletir a respeito.

Ações geladas, como um belo dia de nevasca nos Alpes, a frieza em dizer “- eu vou fazer o que? As coisas são assim hoje”. Que existe um motor que exerce uma força motriz sobre um refrigerador de idéias, percebe-se fácil, basta apenas sentir por alguns segundos.

As emoções viraram artigo de luxo, ter emoção é ser fraco, então seguimos somente agindo, compulsivamente atuando, cada qual no seu papel representando o seu próprio ideal. Individualmente na frieza do seu mundo, sem esquentar as relações, porque as relações nos fazem sofrer.

Mas acredito que o sofrimento seja maior vivendo cada um em seus freezers, conservando a emoção verdadeira para algum momento que achar pertinente, mas talvez este momento não chegue, porque nem ao menos você faça idéia do que espera. Então pare de frescura e se entregue ao “sentir”, sinta verdadeiramente, sorria, chore, grite, lute, mas faça isso hoje, porque o amanhã pode não existir e você não vai ter tempo de sentir tudo aquilo que sempre quis e nunca teve coragem.

3 comentários:

  1. As pessoas estão cada vez mais individualistas. Acredito que seja o medo. Medo da rejeição, medo da critica, de mostrar a imperfeição. Relacionamentos virtuais são cada vez mais procurados, a tecnologia ajuda nesse distanciamento com a desculpa de unir. Engraçado, né? As pessoas trocam o toque, pelo medo de dar a cara a tapa.

    É insano.

    ResponderExcluir
  2. É a frieza dos atos, dia após dia se distanciando dos outros e de si mesmo, porque somos um só, se existe um desequilibrio aqui, vai afetar ali. Hoje as pessoas trocaram o toque no encontro dos corpos, pelos "toques nas teclas". Assim é bem fácil e hoje o que importa é a facilidade, a comodidade...

    ResponderExcluir
  3. Caramba belo post, amigo! Calhou exatamente com algo que falei ontem ao meu namorado, que amar doía tanto, e que falar a ele todos os dias me aliviava... Será que doí em outras pessoas? Mas elas não descobriram que isso é o maior alívio? Sentir e dizer foi o maior alívio que tive em toda minha vida!

    Bjs!
    =D

    ResponderExcluir