Onde Clinton se encontrava. Ao lado dos irmãos Collins, o chefão da Máfia Funk criou sua mitologia a partir de Mothership Connection, do Parliament. Aqui, George era o Lollypop Man, DJ da rádio WEFUNK, que, sob longas madeixas loiras, óculos escuros de menina e com um pirulito na boca, contava-nos a saga de Starchild, uma espécie de Messias do Funk. Aos poucos, somos apresentados à doutrina P-Funk, uma utopia psicodélica onde as forças da inteligência, da diversão e do sexo lutam contra as da chatice, opressão, estupidez e falsidade. O espírito do bem tinha outro nome e este era Funk. Foi ele quem deu o primeiro beat do universo, que se tornou o primeiro groove, que levaram as coisas a serem como elas são.
Toda esta teoria científico-religiosa vinha de uma sacada de Bootsy Collins, que se referia ao funk básico como "the one", devido sua marcação no primeiro dos quatro tempos do compasso. Pense em qualquer funk básico e sua força motriz está justamente na ênfase dada à primeira nota desta série de quatro tempos. O Funk então era "the one", "o um", o único, o todo. E Starchild era seu representante na Terra, que trazia o Funk para nós terráqueos. Para fazer Starchild, Clinton vestia-se com uma capa amarela e óculos futuristas. Este, mais tarde, seria revelado na verdade uma criação do Dr. Funkenstein, que revelaria o segredo das pirâmides - e o do Funk - com seu exército de clones. Mas o maligno Sir Nose D’Voidoffunk apareceria fazendo o nariz das pessoas crescerem e impinarem, se achando bons demais para a dança, dando as costas ao ritmo e à inteligência - é a chamada Síndrome de Placebo, fazendo com que as pessoas alcancem a Zona de Zero Funkatividade. Mas contra isso Starchild tem a Bop Gun, uma arma que ativa o Funk que toda pessoa tem dentro de si.
Aqui fica o clássico “Maggot Brain” de 1971.
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